Depois de alguns meses com a situação do coronavírus relativamente controlada, o governo estoniano pede atenção redobrada devido aos recentes casos no país. No dia 20 de agosto, o governo lançou o aplicativo HOIA, com objetivo de ajudar no mapeamento do coronavírus na Estônia. Veja aqui mais detalhes e também outras informações sobre a pandemia.

Atualmente os esforços do Governo estonianos estão voltados para a adesão local dos residentes do país em fazer o download do aplicativo HOIA, que foi criado de modo cooperativo e voluntário numa força tarefa entre o Ministério dos Assuntos Sociais, o Centro de Sistemas de Informação de Saúde e Bem-Estar e 12 empresas estonianas.

O objetivo do aplicativo é ajudar a limitar a propagação do coronavírus e a descobrir rapidamente sobre um possível contato próximo com uma pessoa com COVID-19, permitindo que você tome medidas para proteger sua própria saúde e a saúde de outras pessoas.

Se um usuário do aplicativo ficar doente, ele marcará a si mesmo, ou seja, seu código, como infectado, e os telefones de outros usuários informarão sobre um possível contato próximo. O aplicativo notifica a pessoa se seu telefone forneceu uma amostra positiva de coronavírus quando em uma distância menor de 2 metros por pelo menos 15 minutos. Os telefones se comunicam por meio de Bluetooth, trocando códigos que mantém sigilo sobre os usuários do aplicativo.

Foto: Divulgação HOIA

Desenvolvimento do aplicativo teve colaboração brasileira

Inclusive, o aplicativo teve colaboração brasileira, e conversamos com Gustavo Stabelini, programador que se voluntariou para ajudar na criação da plataforma ainda nos estágios iniciais.

“Antes mesmo do projeto do HOIA iniciar, um dos membros da empresa onde trabalho teve uma ideia similar e, me voluntariei para fazer parte da equipe de desenvolvimento que trabalhava fora do horário de trabalho. Depois de alguns dias trabalhando nos códigos, apresentamos uma demo da ideia e um pouco mais tarde juntamos forças com toda a equipe por trás do HOIA.”

O projeto, desde sua concepção ao produto final, levou cerca de 3 meses para ficar pronto, pois exigia muita comunicação e esforço mútuo das empresas envolvidas. Gustavo também explicou um pouco sobre sua colaboração e como o trabalho foi feito de forma geral.

“O projeto em si foi dividido em vários ‘pedaços’, tal qual um trabalho de faculdade, por exemplo. A empresa que eu trabalho, a Icefire, ficou com a parte da qual tecnicamente era mais confortável para nós. Trabalhamos no código que assinava e checava os dados enviados pelos usuários, a fim de garantir a segurança e privacidade das pessoas que foram infectadas.”

O aplicativo é gratuito e está disponível para iOS e Android. Eis um vídeo mostrando como o app funciona (ative as legendas):


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Atualização sobre número de casos de coronavírus na Estônia

Os 214 casos confirmados nas duas últimas semanas fizeram com que o número de infectados a cada 100.000 pessoas no país chegasse a 15.9, acendendo o sinal de alerta no país com relação a uma possível segunda onda, e consequentemente lockdown, na Estônia.

Atualmente o principal ponto que preocupa os profissionais de saúde é o fato de que na capital, Tallinn, muitas das pessoas que testam positivo para o coronavírus não sabem onde contraíram a doença, o que torna muito difícil o mapeamento de possíveis áreas de risco com maior incidência.

A secretária chefe do Ministério da Saúde estoniano, Mari-Anne Härma, em entrevista para o site news.err.ee explica que, a maioria dos casos novos foram detectados em jovens entre 20 e 29 anos, e que o perigo de um novo surto da doença é muito maior em Tallinn do que em outras cidades da Estônia, uma vez que podem sim haver mais pessoas que tiveram contato com infectados pela doença e não sabem.

Confira os números atualizados em 3 de setembro com relação a pandemia do coronavírus na Estônia:

Primeiro Ministro afirma que a Estônia não pretende reintroduzir grandes restrições por conta do aumento dos casos

Apesar da preocupação com a atual situação, o Primeiro Ministro Estoniano, Jüri Ratas, afirmou em entrevista nessa tarde, 03 de setembro, que o país ainda não se prepara para impor grandes restrições junto a população na tentativa de conter a escalada do vírus.

Segundo ele, ainda não está em pauta o restabelecimento da situação de emergência na Estônia, e que o maior foco atualmente é manter o número de infecções por 100.000 habitantes o mais baixo possível. Na mesma entrevista, ele observou que o princípio de conter a propagação localmente funcionou em Tartu e também no condado de East-Viru, onde taxa de infecção já está caindo nesses locais; porém as taxas em Tallinn e no condado de Harju estão aumentando.

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